[Série] Black Mirror - 4ª temp. - Charlie Brooker

4ª temporada, lançada dia 29/12.

Se você nunca assistiu Black Mirror, não tenha medo desse post! Essa série é uma antologia (uma coleção de trabalhos literários agrupados por temática, autoria ou período), resumindo, como se fossem vários mini-filmes dentro de uma temporada. Então, os personagens são diferentes em cada episódio e cada um possui uma história única, não há continuação. Fato este que se você for abrir sua Netflix agora vai aparecer pra você assistir a 4ª temporada e depois as outras. Se você ainda sim, estiver com medo, porém curioso (como eu era haha) eu fiz esse post ano passado contando quais foram as minhas impressões e destacando um ep. ou outro que chamou mais a minha atenção.

Demorou, mas no final do ano (especificamente no aniversário da minha vó) foi lançada a nova temporada de Black Mirror. Os seis episódios com aproximadamente 1h gerou (e ainda está) muitos comentários, seja porque ficaram revoltados/indignados com um especificamente ou porque a nova temporada não está chocando tanto quanto alguns gostariam. Agora a pergunta que eu faço é: aonde que vocês acharam essa temporada leve? Porque eu não achei!

1. USS Callister (TEMPO DE DURAÇÃO)

O primeiro episódio é uma sátira do filme Star Trek, onde o diretor de programação Robert Daly, um grande fã cria um jogo em uma realidade virtual. Neste jogo ele cria um universo como o do filme, ele como capitão se sentindo alguém incrivelmente fantastico, quando na verdade era totalmente o oposto: um cara estranho e super antissocial que tem mania de perseguição. Como eu não tenho conhecimentos profundos nesses tipos de filmes (Star Trek e cia), acabei não captando o ep. em sua totalidade, apesar de ter entendido a moral da história. Mas, assistindo ao vídeo do Raphael PH Santos, pude entender melhor também um outro lado que deixei passar. O vídeo  do Raphael contém spoiler. Mas, pra quem já assistiu, seria uma boa ver o vídeo e ter uma outra visão da coisa toda.

E pra quem já viu HIMYM, sim, a Tracy é a protagonista e boa parte eu fiquei encantada com a sua atuação em B.M. haha

2. Arkangel (TEMPO DE DURAÇÃO)
Após ter se perdido da sua filha, Sara, a mãe super protetora vai em busca da nova tecnologia Arkangel onde consegue ter uma conexão maior com sua filha. Pois, através de um tablet, ela consegue ver através do olhar da sua filha, saber sua localização, sentimentos, enfim. Eu entendo a mãe ter optado pra usar a tal tecnologia pra tentar proteger e cuidar melhor da sua filha. Mas, também não podemos ignorar o fato de que a sua filha acaba perdendo a privacidade, pois sua mãe está sempre vendo o que está fazendo. Também a questão de que a mãe usou um filtro pra que sua filha não veja coisas que a deixem com medo, pra tentar ao máximo privar desses sofrimentos. Porém, não é algo legal né? Todos temos que amadurecer, ser expostos a escolhas para fazermos nossas decisões. Então, gente não julguem as decisões da mãe ou da filha, apenas reflitam ambos os lados.

3. Crocodile (TEMPO DE DURAÇÃO)

Esse foi um dos episódios que eu achei mais pesados, não que os dois anteriores terminam em um mar de rosas, mas é de ficar refletindo sobre o comportamento frio de uma pessoa em prol de algo que julga ser bom pra ela. Nesse episódio mostra que as memórias não seriam algo pessoal e poderiam ser acessadas diretamente de um sistema. Corretoras de seguro acabam vendo a tal ferramenta com outros olhos, como algo que as beneficiariam. Sendo assim, uma jovem mulher, funcionária de uma corretora de seguros, vai em busca de respostas de um acidente de carro, encontrando diversas pessoas e acaba tendo acesso à memórias que não eram pra reveladas.

4. Metalhead (TEMPO DE DURAÇÃO)

Foi aquele episódio que eu fiquei tipo "QUE?". Ele é totalmente em preto e branco e também li que objetivo inicial do autor era fazer um ep. completamente mudo, algo totalmente diferente de todos os outros. Ele tem uma pegada mais "cult" então faz com que você precise pensar ainda mais pra tentar compreender o que está acontecendo. Três amigos estão em uma missão de pegar um ursinho pra uma criança em uma galpão "abandonado". Seria tudo muito tranquilo, mas existia um porém: um cão robô (que mais parece uma barata) que estão programados para eliminar qualquer tipo de vida animal. O ep. relata um mundo onde os humanos perdem para as máquinas, não aborda muito bem como é a vida ou como foi que isso aconteceu. Foi o segundo que eu achei também bem tenso, muitos falando que ele não faz sentido algum, e de fato eu acho que poderia ser um pouco mais elaborado.

5. Hang the DJ (TEMPO DE DURAÇÃO)

Sem dúvida é o ep. mais fofo da temporada, nada mais justo do que depois de dois bem tensos vir algo mais leve, não? Ele aborda sobre os aplicativos de relacionamento, onde o sistema escolhe quem são as pessoas que vocês devem ficar e o tempo que irá durar aquela relação. É uma crítica ao atual jeito de se relacionar, não ter aquilo de conhecer de fato como é a pessoa e também qualquer conflito já termina sem ao menos tentar resolver. Em relação a questão da validade do "namoro", acredito que muitos adorariam saber pra não se envolverem tanto. Mas, relacionamentos não são assim, são uma caixinha de surpresa e você não está "perdendo tempo" quando fica dentro de um e acabe terminando depois. Pelo contrário, os dois estão ganhando experiência, ao ter contato com um outro tipo de olhar o mundo e estão amadurecendo juntos.

6. Black Museum (TEMPO DE DURAÇÃO)

De longe é o melhor episódio da temporada, este, ao contrário dos outros é bom ser visto por último por possuir vários easter eggs não só da temporada atual, mas da série como um todo. Começa com Nish parando em um lugar para abastecer o carro e se deparando com um museu no meio do nada o "Black Museum" o qual possui objetos tecnológicos que levaram à algum tipo de crime e/ou finais trágicos. São contadas três histórias diferentes sobre alguns objetos específicos, a partir do ponto de vista do dono do local (e que também influenciou aquelas pessoas a usarem aquilo). Foi considerado como um ep. "espiritual" porque foca muito mais no ser humano e seu comportamento deixando as tecnologias em segundo plano.

Olha, eu achei essa temporada sensacional! Primeiro por colocar mulheres com papel de destaque (e que atrizes maravilhosas!) e fazer duras críticas ao comportamento social. Não achei que está só "paz e amor" só porque possui episódios com finais fechados e alguns finalizados "positivamente" no sentido de ser esperado aquilo acontecer e não algo terrível. Ao meu ver, o propósito maior do criador da série não é escrever só de tragédias, mas sim, fazer com que você reflita sobre os assuntos, sobre o mundo, as pessoas e sua vida. E vocês que assistiram a série? O que acharam dos episódios? Qual foi o seu preferido?